15 de jun. de 2012

IMAGEM & POESIA

Gisa / Blog: http://lerescrevereviver.blogspot.com.br/




OPOSTO
Sozinha,
Iluminada apenas pela luz branca plena
voltou para casa.
À medida que andava,
Ia deixando pelo caminho
Suas feridas rubras de sangue,
Seus temores alaranjados de espanto,
Suas esperanças de um roto verde-encardido.
Os rastros de tristeza,
Ainda tentavam gravitar no seu entorno,
Querendo se agregar novamente
Ao conforto do corpo débil retraído.
Odiava retornos.
Espantava-os como podia
Na expectativa de que sumissem para sempre.
Nunca contou,no entanto,
Com a capacidade de transmutação das energias.
Expulsos e desnorteados
Os sentimentos desprezados rumaram para o alto.
Um após o outro
Unidos em uma única dor escarlate em forma de véu.
A aceleração,
Imediatamente oposta à gravidade,
Crescia a cada espaço ganho.
Foi com a explosão que tudo parou.
Quando olhou para cima
Viu a lua,antes cheia,
Dividida em duas
Sendo velada pelo sol
Que atônito tentava,
Inutilmente,
Recolher os destroços da amada
No lençol de ressentimentos dissolvidos
Estampado pelo sorriso vago e inquietante
Do susto.